sábado, 18 de fevereiro de 2012

Gabarito – Declaração do governador

Olá!

Segue a explicação da frase apresentada na postagem anterior.

Em “Tenho certeza que os policiais terão bom senso”, temos um desvio relacionado à regência.

Como duas pessoas comentaram, quem tem certeza tem certeza DE alguma coisa.


Portanto, a frase corrigida é:

                      “Tenho certeza de que os policiais terão bom senso”

É isso!

Até a próxima!!

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Mais uma análise gramatical – Declaração do governador Sérgio Cabral

Um dia desses, sobre a provável greve dos policiais no Rio, o governador Sérgio Cabral fez a seguinte declaração:

                “Tenho certeza que os policiais terão bom senso”.

Existe um desvio gramatical bastante comum nessa frase. Você consegue identificar qual é?

Poste a sua opinião no espaço para comentários.

Em breve, postagem com a explicação!

Participe!!

                                        
                               Imagem do site henriquemattos.com.br
        

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Gabarito – Há algum desvio gramatical na frase?

Olá!

Segue a explicação sobre a análise proposta na postagem anterior.


“Estamos em uma situação difícil, onde que tem dinheiro manda”.




Há algum desvio gramatical? Sim


Considerações gerais:
Quando corrijo redações, o que mais vejo são frases desse estilo. Nos comentários que recebi aqui pelo blog, pelo Twitter e por e-mail, posso dizer quase ninguém identificou o problema existente.


Em uma redação, é claro que esse desvio gramatical não comprometerá muito no resultado final. No entanto, se o candidato fizer diferente do que todo mundo faz, ou seja, se seguir direitinho a norma, ele se destacará.

Bom... agora vamos à explicação, que, aliás, é bem simples.

“Onde” só faz referência a lugares.

Na frase proposta, o “onde” está fazendo referência a “situações difíceis”, e “situações difíceis” não é um lugar”. Portanto, uso indevido do pronome.

Como a frase poderia ser reescrita para estar de acordo com a norma?

Estamos em uma situação difícil, EM QUE quem tem dinheiro manda.
Estamos em uma situação difícil, NA QUAL quem tem dinheiro manda.

O “onde” poderia ser usado se tivéssemos a seguinte sentença:

                                  Estamos em um país onde quem tem dinheiro manda

Aí sim o “onde” está se referindo a um lugar – Brasil.


Seguem outras frases bem comuns no dia-a-dia e que são inadequadas gramaticalmente:

*O Brasil está passando por um bom momento, onde a população está tendo mais facilidades.

*Temos uma programação televisiva ruim, onde os piores programas são os que têm maior ibope.


Para que as frases estejam adequadas ao registro formal, basta, por exemplo, substituir o “onde” por “em que”.


Por hoje é isso.

Espero que a explicação tenha ficado clara!

OBS: Quem se interessar em saber também sobre a diferença entre “onde”, “aonde” e “donde”, indico essa matéria aqui, do blog Sarrambulhada Cult, do Le Marc. Aliás, todo o blog é bem instigante. Vale a pena o passeio.

Até a próxima!


                                                Imagem do site sejaconvocado.blogspot.com



sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Há algum desvio gramatical na frase?


Imagem do retirada de www.childhood.org.br

Dois dias atrás, postei no Twitter - @discursoonline – uma frase e pedi que as pessoas analisassem a ocorrência ou não de desvios gramaticais.

Transcrevo por aqui a sentença:

“Estamos em uma situação difícil, onde quem tem dinheiro manda”.


Proponho que a análise continue por aqui, no espaço de comentários. Em próxima postagem, farei as devidas considerações.

Aguardo a participação de todos que passarem por aqui!

Até mais!

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Gabarito e explicação – questão modelo Enem

                             Imagem retirada do site informacaocontabil.blogspot.com

Obrigada a todos pela participação na questão publicada no artigo anterior.

Vamos agora às explicações.

Gabarito: letra C

Habilidade trabalhada na questão: Identificar as marcas linguísticas que singularizam as variedades linguísticas sociais, regionais e de registro.


Explicações:

Letra a: O uso do “r” em vez do “l”, no último texto, em “Frechada”, é uma marca característica de produções textuais pertencentes ao gênero do texto 2.

Essa não é uma opção adequada, pois os textos 1 e 2 pertencem ao gênero música. E a troca do “r” pelo “l” não é uma característica presente em todos os textos desse gênero.

Letra b: O uso do “inté” em vez de “até” constitui uma marca linguística errada, inadmissível no falar do brasileiro.

Não se pode dizer que se trata de um erro. Temos em “inté” uma variação do português padrão.

Letra c: Há, nos dois textos, marcas linguísticas que exemplificam as variações – sociais e regionais – do português padrão.

É preciso ir para a prova do Enem com esse pensamento. O português padrão é o da gramática, porém não podemos dizer que ele é a única forma de utilizar a linguagem. Há variações a esse uso normativo, como os exemplos apresentados. Resposta correta.

Letra d: Os dois textos pertencem ao gênero “licença poética”.

Licença poética não é um gênero.

Letra e: No texto 1, a alternância de “lh” por “i”, como ocorre em “véio”, já é considerado como pertencente à variante padrão da língua portuguesa.

Não. A norma gramatical não “acolhe” casos como esse.  

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Nas últimas provas do Enem, esse conteúdo esteve presente. Acredito que também estará no próximo exame.

Se alguma dúvida permanecer, postem nos comentários.

Até mais!

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Questão de Língua Portuguesa estilo Enem - Quem arrisca?

Olá!

Hoje a proposta por aqui será um pouco diferente. 

Tendo em vista a frequência com que se têm cobrado no Enem questões relacionadas a marcas e variedades linguísticas, achei importante fazer uma postagem a respeito.

Segue uma questão que abarca essas habilidades. Não inseri gabarito justamente para que, depois, possamos conversar a respeito. Não fiquem inibidos e postem nos comentários a avaliação que fizerem.

Um abraço!

Leia os textos 1 e 2 e responda à questão.

TEXTO 1
A Feira de Caruaru

A Feira de Caruaru,
Faz gosto a gente vê.
De tudo que há no mundo,
Nela tem pra vendê,
Na feira de Caruaru.

(...)

Tem loiça, tem ferro véio,
Sorvete de raspa que faz jaú,
Gelada, cardo de cana,
Fruta de paima e mandacaru.
Bunecos de Vitalino,
Que são cunhecidos inté no Sul,
De tudo que há no mundo,
Tem na Feira de Caruaru.

                               Luíz Gonzaga

TEXTO 2

Tiro Ao Álvaro (trecho)

De tanto levar
Frechada do teu olhar
Meu peito até
Parece sabe o quê?
Táuba de tiro ao Álvaro
Não tem mais onde furar
Não tem mais!...



1.Considerando seu conhecimento sobre gêneros textuais e variedades linguísticas, assinale a opção correta.

a)O uso do “r” em vez do “l”, no último texto, em "Frechada", é uma marca linguística característica de  produções textuais pertencentes ao gênero do texto 2.

b)O uso de “inté” em vez de “até” constitui uma marca linguística errada, inadmissível no falar do brasileiro.

c) Há, nos dois textos, marcas linguísticas que exemplificam as variações – sociais e regionais – do português padrão.

d) Os dois textos pertencem ao gênero “licença poética”.

e) No texto 1, a alternância de “lh” por “i”, como ocorre em “véio”, já é considerado como pertencente à variante padrão da língua portuguesa.



Imagem retirado do blog odardomeu.blogspot.com

A juventude pode mudar o futuro? - Análise da proposta de redação UERJ 2012

Olá!  Em junho de 2015, o blog voltará a ter publicações periódicas. Você tem dificuldade em algum tema específico e quer que eu o aborde por aqui? Se sim, envie-me um e-mail explicando-me a sua necessidade e eu preparei novos conteúdos a respeito! Aguardo seu contato pelo e-mail: lygiafs@yahoo.com.br 
Até breve!

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O tema da redação do vestibular da UERJ, em dezembro de 2011, foi o seguinte:

“É possível, para a juventude de hoje, alterar o futuro?”

O texto de apoio apresentado era do historiador Eric Hobsbawn e, sinceramente, pela primeira vez, não achei a sua leitura importante para produzir uma boa redação.

A propósito, abrirei parêntese para falar um pouco sobre essa questão:

Alguns professores defendem que o aluno nunca deve ler os textos de apoio, argumentando que eles não têm utilidade, já que o candidato não pode copiar as ideias nele apresentadas. Eu discordo totalmente dessa orientação e acho que os textos de apoio na redação podem ser importantíssimos, pois podem ampliar a visão do candidato sobre o tema.

Por exemplo, vamos imaginar um tema hipotético: “O consumismo na sociedade”. Imagine que, com base nessa proposta, e sem ler os textos de apoio, o candidato pense em 2 linhas de argumentação:

- dizer que o consumismo é essencial porque move a economia;
- falar sobre o consumismo como patologia comum nos tempos modernos.

Com esses dois argumentos, é possível fazer um bom texto, é claro.
Agora, imaginemos que esse mesmo candidato leia os textos de apoio e verifique que a maioria deles fale sobre as consequências ambientais do consumismo. Tem-se aí uma nova possibilidade de argumentação. O candidato, que ainda nem havia pensado na questão ambiental, pode enriquecer seu texto com essa ideia. E isso significa que o texto serviu como motivação e não como cópia.

Fechando parêntese e retomando:

O texto motivador da redação da UERJ não ajudou o candidato, contrariando, em minha opinião, o que acontece na maior parte das vezes nos vestibulares. Esse texto, inclusive, podia fazer o candidato perder tempo, pois não é um texto facílimo de entender em uma primeira leitura.

Transcrevo-o abaixo só para que todos saibam do que estou falando:

“Há uma diferença entre esses movimentos de jovens educados nos países do Ocidente, onde, em geral, toda, a juventude é fenômeno de minoria, e movimentos similares de jovens em países islâmicos e em outros lugares, nos quais a maioria da população tem entre 25 e 30 anos. Nestes países, portanto, muito mais do que na Europa, os movimentos de jovens são politicamente muito mais massivos e podem ter maior impacto político. O impacto adicional na radicalização dos movimentos de juventude acontece porque os jovens hoje, em período de crise econômica, são desproporcionalmente afetados pelo desemprego e, portanto, estão desproporcionalmente insatisfeitos. Mas não se pode adivinhar que rumos tomarão esses movimentos. Mas eles só, eles pelos seus próprios meios, não são capazes de definir o formato da política nacional e todo o futuro. De qualquer modo, devo dizer que está a fazer-me perguntas enquanto historiador, mas sobre o futuro. Infelizmente, os historiadores sabem tanto sobre o futuro quanto qualquer outra pessoa. Por isso, as minhas previsões não são fundadas em nenhuma especial vocação que eu tenha para prever o futuro”.

Eric Hobsbawn
Adaptado de http://historia.me

No entanto, apesar do texto de apoio difícil, o tema em si foi bem tranquilo. Como já disse aqui no blog em outros momentos, os temas em forma de pergunta tendem a ser mais fáceis, pois já há, na própria proposta, uma orientação sobre o que deve ser dito. Nesse caso, por exemplo, era preciso:

Em primeiro lugar: responder se a juventude de hoje pode ou não mudar o futuro.
Em segundo lugar: comprovar o posicionamento escolhido.

Merecem atenção as seguintes questões:

- Usar a juventude dos anos 60 como exemplo para comprovar que o jovem pode mudar o futuro não é adequado, pois o foco deve ser o jovem de HOJE, em que temos um contexto social muito diferente do que havia nos anos 60. A referência às mobilizações que se realizaram nos anos de 1960 pode até acontecer para falar de potencialidade da juventude, mas esse não deve ser o foco para sustentação do posicionamento.

- E se o candidato pensar que a juventude de hoje não pode mudar o futuro? Isso poderá ser dito ou ele necessariamente deve ser otimista?
Não existe resposta certa. Existe a SUA resposta e ela será aceita se você a sustentar bem. Porém... é preciso tomar cuidado para não fazer um texto pessimista demais, radical demais. Isso porque radicalismos são de difícil sustentação. Além disso, ainda que você não acredite na juventude de hoje como transformadora, é legal mostrar que pelo menos alguma esperança existe.

- Uma das palavras principais do tema é “alterar” e é preciso pensar sobre isso. Mudar o quê? Alterar o quê? O que está ruim hoje que, se mudado, transformará o futuro? Não pensar nessas questões pode deixar o texto bem inconsistente.


Bom, é isso!

Para terminar, gostaria de saber notícia dos que fizeram essa redação. Quanto tiraram? Qual foi a linha de raciocínio usada para desenvolver o tema? Fiquem à vontade para compartilhar conosco nos comentários.

Até mais!
Imagem retirada do site www.jota7.com